Carta aos amigos e à garota amada

Queridos amigos e garota amada, venho por meio desta lhes questionar:

Qual é o sentido disso tudo?

Ser feliz? Ter um amor? Criar seu filho e educá-lo ao lado do amor da sua vida?

Isso pra quem consegue. Pra quem tem o dom de ser carinhoso sem parecer um completo idiota.

Tenho um amigo meu chamado iGui_lost que compartilha o mesmo sentimento que eu tenho pela famigerada garota de outros posts remotos. E eu o admiro muito, afinal, sempre foi melhor que eu em tudo e ainda conseguirá cumprir seus objetivos na vida.

Esse cara tem o abraço dela, a atenção dela, o carinho dela, e tudo o mais. Coisa que eu nunca tive por razão do mesmo ter exclusividade, e o mesmo nunca teve culpa por ser um cara que sabe ser político e amar. De ter poucos defeitos, e os mesmos não serem relevantes. Não sabem o quanto eu daria para ter o mesmo. Já tentei ser carinhoso. Já tentei ser como ele. Não consigo, nunca fui capaz nem de demonstrar o que eu sinto por ela, depois que ela se afastou no começo de 2009. Onde tudo era verdadeiro.

Onde tudo era o mais puro sentimento de amizade. Depois da reaproximação, tudo ficou falso: Brincadeiras eram cortadas, nem falar comigo falava direito. Atenção então? Se dava, pra mim era pouco. Por mais carinhoso que tentasse ser, ou que não fui por ter vergonha disso. Sempre gostei de atenção de quem eu amo, talvez por isso eu seja um babacão frustrado.

Talvez por isso eu seja um cabeça dura idiota. Talvez por isso eu tenha ficado desiludido, pela certeza de que eu nunca vou ser amigo dela, nunca poderei ganhar um abraço tão sincero como o outro ganha.

Não mais, porque já xinguei e joguei muitas coisas na cara dessa garota aí. Coisa de idiota né? O gui nunca fez isso, mas a receita para a amizade não é só essa. Eu sei que a minha amizade com todo mundo é uma amizade de distância, hostil. Minha voz parece que está no volume mínimo: ninguém dá atenção para o que falo. Ninguém me leva a sério. Ninguém respeita a minha opinião. Talvez por não ter respeitado as pessoas em meu momento de frustração e não ter percebido. Mas pra quem iria gritar e desabafar? Pra quem iria dizer que eles estão errados e que eu não sou um ogro? Pra quem eu iria dizer que eu ainda amo essa pessoa que tanto me fez mal indiretamente? E quem acreditaria que a minha frustração me irritava e me irrita demais, me fazendo fazer o que faço, mas com consciência dos meus atos?

Minha amizade é hostil, pois foi a imagem que eu criei por ficar nervoso e frustrado por não ganhar a atenção de quem eu amo. E não só da garota, mas de quase todos os meus amigos. E hoje eles me vêem mal por causa disso. Pensei que era o centro do mundo, que todos tinham que ter olhos pra mim, e nunca foi, não é, e nunca será assim.

Não estou pedindo atenção de ninguém, agora. Não estou pedindo para a garota, se ela ler isso, para me dar atenção nem nada. Depois que voltamos a nos falar tudo sempre foi diferente. Nunca foi igual, por medo de me prejudicar. Nunca mais foi igual por eu ter cometido o erro de confundir as coisas demais. Se não tivesse a amado, talvez teria recebido algum abraço, ou prova de amizade. Hmm.. Acho que não. O gui iria ser melhor que eu do mesmo jeito. Predestinação.

O que as pessoas sentem por mim, principalmente ela, provavelmente são o que realmente é falado. Mas nunca é demonstrado pelo fato de eu ser um grosso, um troglodita. Um imbecil que é sincero demais.

Um imbecil.

Por ter sido um cara hostil. Pelas pessoas terem medo de mim, medo de eu esmagá-las com meus insultos e frustrações, minha sinceridade é um defeito.

Vivo frustrado por nunca mais poder ser do mesmo jeito sem forçar. Queria ter uma relação natural com meus amigos, mas não é assim.

Queria poder amá-los e demonstrar isso do meu jeito, sem ser rejeitado, sem ser um estranho.

Pode parecer brincadeira, mas se eu abraçar algum amigo meu na frente de outro amigo, esse amigo que assiste ficará surpreso de ver o ogro Lupa demonstrando carinho. A minha imagem é horrível, e para reverter isso é impossível.

O que pretendo fazer? Me reservar, como sempre fui. Não baterei de frente com nada mais. Me conformarei de ser um filho da puta frustrado de bosta, e de ter perdido todos os meus amigos pra isso. E buscar ser melhor do que sou hoje, e quem sabe um dia chegar em quem sabe dar carinho.

Me conformarei de nunca mais ter o abraço dela, ou sequer uma amizade verdadeira como era antes dela se afastar. É utópico.

Parece que não, mas eu ainda a amo. Mesmo depois de todas as merdas que falei pra ela, e ela suportou. Mesmo depois de tudo que falei, e ela ainda puxa assunto comigo. É irreversível depois que você prova pras pessoas que você é um completo babaca. Depois que elas percebem que com você não vale a pena estabelecer uma amizade, pois a qualquer briga você dirá os defeitos de forma irônica e sarcástica.

De qualquer forma, o sorriso dela ainda me faz mudar de postura. Essa postura orgulhosa que eu tomei depois de ser chutado pela última vez. Me dá vontade de correr, ligar, mandar mensagens no msn, sms, twitter, facebook, orkut, dizendo que a amo.

Mas do que adianta? É o troglodita filho da puta. E é nele que não confiarei nem ajudarei. Pois a qualquer discordância ele falará meus defeitos para o mundo através de indiretas. E é por essa e outras que o gracioso Luís Paulo Bravin Pires nunca terá uma chance com quem ama. Nunca terá uma chance com aquela garota, que sonha há alguns anos. E o que ele faz só o afasta mais e mais. Faz essa garota me achar mais e mais ridículo e quem sabe me odiar a cada resposta seca que eu dou. Ou quem sabe é indiferente?

Nunca fui como o Guilherme. Nunca consegui ser aceito como alguém carinhoso, e essa será minha imagem na cabeça de vocês para sempre. E é por isso que o Luís Paulo que vocês conheciam morre hoje, para ser o cara reservado que sempre foi antes de 2010.

Sinceramente, 

de seu colega, 

Luís Paulo Bravin Pires