Quero sair, voltar pra casa. Por um mês que seja, estou com saudades dos meus pais. Quero ouvir meu blues, meu reggae, minha bossa. Em paz, na praia, moscar o dia inteiro na cama após comer o bacalhau divinamente bem preparado do seu Luiz. Depois sair com os brothers pra fazer uma jam session humilde, beber cerveja e cantar até o dia raiar.
Tudo isto, querendo estar aqui onde estou agora, com aquela doce moça que me procura sempre. A mesma que acha que eu a trato como opção, mas que não sabe que está no topo das prioridades. Acho que estou sendo eu mesmo ao retribuir pra ela o carinho que ela conquistou de mim. Aquele tipo de carinho que te tira de qualquer poço existencial e te faz ser vivo novamente, te faz querer acreditar que o amor pode valer a pena com pessoas que enxergam um pouco além de uma mera visão política egocêntrica.
Falo isto pois eu mesmo sou falho neste aspecto. Conversei com um grande amigo meu sobre, e ele tem razão. Eu sou irredutível, e isso faz qualquer um se afastar e me achar um babaca. O que me impressiona é não ter acontecido mais uma vez. Por que? Será que é uma grande conspiração de uma inteligência superior pra me mostrar o quanto eu sou prepotente? Ou apenas eu mesmo me descobrindo mais imperfeito ao longo do tempo? Qualquer um dos tapas na cara, seja o arquitetado inconscientemente por mim ou então o planejado conscientemente por alguma divindade, é um belo tapa na cara. Mais um grande despertar jogado à mercê das minhas escolhas egocêntricas.
Muitos me fizeram repensar. Um novo amigo que mora comigo agora e faz pós em filosofia me ajudou de uma maneira que talvez nem ele possa imaginar. Obrigado, cara.
Obrigado à pessoa que me procura de tempos em tempos apenas para saber como estou, de me desejar uma boa noite de sono e que eu me cuide. Não há como descrever o arrependimento de descrença nas pessoas, assim como não me é possível escrever tudo o que sinto realmente aqui. O confidencial também possui sua sessão confidencial.
Me espanta perder o contato e a empatia com tantas pessoas nesta cidade. Pessoas que me conheceram e não me olham na cara direito. Outras que eu conheci melhor e não faço questão nenhuma de sua presença. E não falo de desencantos e amores, apenas no campo da amizade. Umas forçam situações para me fazer acreditar que está tudo bem entre nós. Outras deixam o tempo resolver. Sendo como for, as outras ainda me nutrem mais interesse do que as umas, nem que me sirvam de observação comportamental. Na maioria dos casos, é só pra isso que passaram na minha vida, para me ensinar a viver em sociedade de uma melhor maneira, mais pragmaticamente do que este que vos fala havia concebido tão irrisoriamente.
Uma meta cumprida pra 2015? Não deixar paixões passadas completarem tanto tempo. Expurgá-las ao máximo, não revivê-las da maneira burra que eu fazia há um mês. Não mais procurar o que elas estão dizendo, como estão se sentindo. São irrelevantes pra mim tanto quanto eu sou pra elas. A balança não se desequilibra e todo mundo sai feliz à sua maneira. Não que eu não deseje sua felicidade: muito pelo contrário! Adoraria receber notícias de que fulano está em um bom emprego e siclana arrumou um namorado hipster e é feliz. Não os odeio, apenas parei de gastar meu carinho no vazio. De pregar na areia, esmurrar ponta de faca, querer mudar o outro.
Quem me quer bem demonstra à sua maneira, e palavras já não me seduzem.
terça-feira, 31 de março de 2015
sexta-feira, 20 de março de 2015
Ah... se o mundo inteiro me pudesse ouvir... Tenho tanto pra contar, dizer que aprendi
Eu sou assim. Me apego à primeira pessoa que posso por simples medo de ir atrás do amor. Na atual encruzilhada entre "para de se iludir" e "vai que você vira o jogo". Mais pra primeira do que para a segunda. Sei lá. O meu eu lírico insiste na primeira opção, mas meu eu 'verdadeiro' parece buscar alguém em específico. Alguém que não existe fisicamente na minha concepção.
Voltei, depois de muito tempo sem, a sonhar com desenganos (como diria Paulinho da Viola) passados. Inconscientemente, lógico. Apenas acordo perplexo com aquele sonho em que ela está presente e não desiste de me encarar como quem diz: eu quero um cara a cara.
Só que isso não passa disto. Um sonho. Uma coisa que você já superou e continua a te assombrar. Coisas daquelas que te fazem pensar o que seria de você se fossem diferentes as maneiras de agir. Coisas daquelas que te fazem repensar o passado. Eu só quero paz, não quero mais me culpar pelos erros. Quero, e vou, seguir feliz. O grande problema é que parece que não consigo lidar com minha tranquilidade. Não consigo aceitar que uma balada pra mim significa nada sem meus amigos. Não consigo aceitar que eu sou chato pra caralho, e que se não fosse, talvez não estaria conjecturando nada à esta altura do campeonato. Quase um fucking ano, pouco progresso.
Eu realmente tenho essa necessidade narcisista. Tenho que encaixar tudo o que dizem em algum motivo relacionado à mim. E à partir disto, monto meu castelo fictício onde tudo é feliz e mágico.
Que ruiu logo após que acordei.
É difícil se sentir mal por uma coisa passageira, corriqueira e monótona. Por atribuir coisas à si mesmo, que muito provavelmente não sejam necessariamente por este propósito. Do tipo entender que 'moreno' é uma cor de pele, nunca uma cor de cabelo. E que o 'porquê de você fazer assim comigo', muito provavelmente está relacionado com qualquer outro fato empírico. Não a mim.
O declarado umbigo do mundo descobre sua desgraça. E não liga a mínima. Continuará sendo forte à sua maneira. Amando e sofrendo, se apaixonando sempre. Não se rendendo às futilidades mundanas. É realmente uma pena que não tenha tido mais nenhuma chance. É realmente outra pena se doer por isto. E é virtualmente apocalíptico se contradizer e sonhar com o insonhável. Mas é só a minha área do córtex relacionada aos sentimentos: ao menos possuo a desculpa de não controlá-lo.
Fico servindo de observação à mim mesmo. Será que queria psicologia e acabei em exatas? Será que aquela nova moça está disposta a ouvir lamentos sobre outra moça? Acredito que não.
É por isto que seguirei nas exatas e em silêncio. Apenas respondendo às indiretas com outras indiretas. Se estiver errado e não forem direcionadas à minha pessoa, servem como excelentes músicas. Se estiver certo, além de surpreso, estaria feliz em passar a mensagem de que eu sempre estou aqui. Tentando superar algo ou não, só depende da pessoa que eu preciso superar.
Voltei, depois de muito tempo sem, a sonhar com desenganos (como diria Paulinho da Viola) passados. Inconscientemente, lógico. Apenas acordo perplexo com aquele sonho em que ela está presente e não desiste de me encarar como quem diz: eu quero um cara a cara.
Só que isso não passa disto. Um sonho. Uma coisa que você já superou e continua a te assombrar. Coisas daquelas que te fazem pensar o que seria de você se fossem diferentes as maneiras de agir. Coisas daquelas que te fazem repensar o passado. Eu só quero paz, não quero mais me culpar pelos erros. Quero, e vou, seguir feliz. O grande problema é que parece que não consigo lidar com minha tranquilidade. Não consigo aceitar que uma balada pra mim significa nada sem meus amigos. Não consigo aceitar que eu sou chato pra caralho, e que se não fosse, talvez não estaria conjecturando nada à esta altura do campeonato. Quase um fucking ano, pouco progresso.
Eu realmente tenho essa necessidade narcisista. Tenho que encaixar tudo o que dizem em algum motivo relacionado à mim. E à partir disto, monto meu castelo fictício onde tudo é feliz e mágico.
Que ruiu logo após que acordei.
É difícil se sentir mal por uma coisa passageira, corriqueira e monótona. Por atribuir coisas à si mesmo, que muito provavelmente não sejam necessariamente por este propósito. Do tipo entender que 'moreno' é uma cor de pele, nunca uma cor de cabelo. E que o 'porquê de você fazer assim comigo', muito provavelmente está relacionado com qualquer outro fato empírico. Não a mim.
O declarado umbigo do mundo descobre sua desgraça. E não liga a mínima. Continuará sendo forte à sua maneira. Amando e sofrendo, se apaixonando sempre. Não se rendendo às futilidades mundanas. É realmente uma pena que não tenha tido mais nenhuma chance. É realmente outra pena se doer por isto. E é virtualmente apocalíptico se contradizer e sonhar com o insonhável. Mas é só a minha área do córtex relacionada aos sentimentos: ao menos possuo a desculpa de não controlá-lo.
Fico servindo de observação à mim mesmo. Será que queria psicologia e acabei em exatas? Será que aquela nova moça está disposta a ouvir lamentos sobre outra moça? Acredito que não.
É por isto que seguirei nas exatas e em silêncio. Apenas respondendo às indiretas com outras indiretas. Se estiver errado e não forem direcionadas à minha pessoa, servem como excelentes músicas. Se estiver certo, além de surpreso, estaria feliz em passar a mensagem de que eu sempre estou aqui. Tentando superar algo ou não, só depende da pessoa que eu preciso superar.
sábado, 7 de março de 2015
Synth Magic
College e Eletric Youth. A combinação perfeita que traz à tona o synthpop dos anos 80 de uma maneira profunda.
College por si só consegue transmitir o que uma música precisa sem ao menos uma frase, em uma mesma escala de notas repetitivas permeadas por efeitos brilhantes do new wave. Nunca havia tido interesse neste tipo de música. Não me espanta que não seja popular, pois para apreciar esta arte deve-se ter o coração aberto e a imaginação livre. Talvez seja por isto que só agora fui além de Real Hero e mergulhei de cabeça no que este francês tinha a oferecer.
Eletric Youth? Dois canadenses, estes sim transmitindo através de suas letras e ritmos a poesia que encaixa perfeitamente na base de um simples sintetizador. Boa música em forma de bits e voz.
Artistas estes que foram motivados pela nostalgia de suas infâncias, fazendo aquele estilo de música que sempre escutaram em seus rádios nos anos 80 e transmitindo as mesmas sensações que tinham para a geração mais nova. Como? Não me pergunte. Eles só conseguiram! E muito bem.
Fica a recomendação, e a grande chance de que eles possam iluminar a escuridão pela qual você passa agora e que felizmente eu não estou passando.
E para ser sincero, se você não se encontra na escuridão e se identificou com isto, vá em frente e mergulhe de cabeça assim como eu. Muito provavelmente este som preencherá alguma lacuna ou te fará renovar as forças para a nova onda. O tão consagrado New Wave.
College por si só consegue transmitir o que uma música precisa sem ao menos uma frase, em uma mesma escala de notas repetitivas permeadas por efeitos brilhantes do new wave. Nunca havia tido interesse neste tipo de música. Não me espanta que não seja popular, pois para apreciar esta arte deve-se ter o coração aberto e a imaginação livre. Talvez seja por isto que só agora fui além de Real Hero e mergulhei de cabeça no que este francês tinha a oferecer.
Eletric Youth? Dois canadenses, estes sim transmitindo através de suas letras e ritmos a poesia que encaixa perfeitamente na base de um simples sintetizador. Boa música em forma de bits e voz.
Artistas estes que foram motivados pela nostalgia de suas infâncias, fazendo aquele estilo de música que sempre escutaram em seus rádios nos anos 80 e transmitindo as mesmas sensações que tinham para a geração mais nova. Como? Não me pergunte. Eles só conseguiram! E muito bem.
Fica a recomendação, e a grande chance de que eles possam iluminar a escuridão pela qual você passa agora e que felizmente eu não estou passando.
E para ser sincero, se você não se encontra na escuridão e se identificou com isto, vá em frente e mergulhe de cabeça assim como eu. Muito provavelmente este som preencherá alguma lacuna ou te fará renovar as forças para a nova onda. O tão consagrado New Wave.
College - Une Ville Silencieuse
Eletric Youth - Innocence
College & Eletric Youth - Real Hero
David Grellier, Austin Garrick, Bronwyn Griffin:
Obrigado!
quinta-feira, 5 de março de 2015
Sobre a situação atual e a vigência politicamente correta do falso humilde
"Em A elegância do ouriço, Muriel Barbery usa uma das narradoras, uma menina muito inteligente de 13 anos, para descrever o desconforto com essa atitude [de ricos que enaltecem a pobreza, no caso sua mãe]. Elas moram em um endereço de luxo em Paris, repletas de conforto. Não obstante, sua mãe vive a pregar o socialismo, entre uma conversa e outra com suas plantas. E claro, mesmo depois de dez anos de terapia, ela ainda precisa tomar remédio para dormir…
O autor coloca na outra narradora da história, uma concierge humilde, porém extremamente culta, as palavras de desprezo em relação ao grupo de riquinhos mimados que tentam aparentar um estilo artificial de pobreza cool:
Se tem uma coisa que abomino, é essa perversão dos ricos que se vestem como pobres, com uns trapos que ficam caindo, uns bonés de lã cinza, sapatos de mendigo e camisas floridas debaixo de suéteres surrados. É não só feio mas insultante; nada é mais desprezível que o desprezo dos ricos pelo desejo dos pobres.
No entanto, basta frequentar uma faculdade privada para ver a quantidade de jovens que aderem a esse estilo “riponga”, com suas camisetas do Che Guevara, apenas para entrar depois em seus carros importados do ano. São os “revolucionários de Facebook”, que escrevem em seus perfis da rede social americana o quanto odeiam o sistema capitalista americano e o lucro que tornou o instrumento viável."
Livro: Esquerda Caviar - Rodrigo Constantino
Obs: Universidades públicas servem de exemplo as well.
Livro: Esquerda Caviar - Rodrigo Constantino
Obs: Universidades públicas servem de exemplo as well.
segunda-feira, 2 de março de 2015
Achei
Aquela que procurei por tanto tempo e encontrei, mas não falo de ninguém em carne e osso. Apenas um personagem que não habitava minha sensitividade há algum tempo. A paz.
Ser útil a um amigo. Fumar um cigarro, beber e rir. Tomar um café e comer pão com manteiga. Realizar seus objetivos. Conversar com seu pai. Ouvir boa música, mas não todos os dias.
Poucas coisas me trariam a paz há algumas semanas, se me perguntassem. Se não me perguntassem, eu me sentiria melhor de qualquer forma a esta altura do campeonato.
Mas há sempre alguém que pergunta. Há sempre alguém tentando me conquistar, provar meu valor e mostrá-lo pra mim mesmo. E nunca foram aquelas pessoas nas quais tirei minha própria paz. Elas nunca se interessaram por isto.
A única pessoa que se importava está longe. (Eu acho que) Está sozinha. Gostaria que fosse diferente. Mas simplesmente não foi. Não me faria bem mentir pra ela e fingir que tudo estava bem. Um anjo como aquele tem um futuro brilhante pela frente, com um homem realmente capaz e que valorizasse isto da forma que eu falhei em valorizar. Por mais que ela se recusasse a acreditar, eu não conseguiria ferir mais e mais aquele coração tão puro e bondoso. E assim, ferir o meu também. Nossa estrada foi longa, não tenho certeza se poderá ser de novo algum outro dia. Eu adoraria, mas as coisas não funcionam desta maneira simples. Posso me culpar a vida inteira por ter deixado este anjo ir embora, mas nunca mais iria me curar. Eu nunca fui o suficiente, ela merecia coisa melhor, e eu constantemente vibro para que ela tenha conseguido.
Sinto-me realmente em paz. Não me arrependo de nada. Os erros que cometi em 2014 abriram meus olhos. Se eu estivesse com uma das duas pessoas que quis estar junto naquele ano, hoje me encontraria totalmente arrependido. Basicamente, não daria certo de jeito nenhum. Máscaras caem rapidamente. Vi quem são, como se comportam, o que dizem, como agem...
Com, e sem o véu da ilusão. E tudo sem o véu da ilusão fica mais claro. São apenas pessoas normais na qual hoje não vejo uma ponta de interesse. Não me preocupo mais. É. Talvez eu me arrependa de ter dado tanta importância, de ter falado coisas bonitas. De escrever tudo aquilo. Mas estas palavras continuarão ali, publicadas. Para que eu nunca olhe para trás e me esqueça do que passei, e que posso fazer diferente desta vez. E se não desta vez, na próxima. A cada lamento, um aprendizado. É só por isto que este blog existe: me fazer enxergar o que não se deve repetir. Fica difícil acreditar quando se cai na mesma bobagem duas vezes ao ano, pela enésima vez na vida. Mas não me vejo em tal encruzilhada de novo, e para ser sincero, cansei disso. Posso escrever o que sinto quando quiser. Nunca me fez nenhum mal. Talvez eu precisasse escrever um livro. Sei de algumas boas pessoas que o leriam de boa fé.
Talvez sobre a ironia de odiar romances e ser romântico à minha maneira, ou sobre como os olhos daquela futura moça qualquer que não se importa comigo são lindos. Ou como o sorriso dela me deixa da mesma forma que já escrevi tantas vezes aqui. E, com certeza, que não irei cair na mesma bobagem de novo. Tudo bem, eu já lidei com o fato de não cumprir minhas próprias promessas! Talvez eu só saiba escrever sobre isto. Pois qualquer coisa que queira escrever vira bobagens do tipo.
Aprecio meus textos. Talvez uma das únicas coisas que eu aprecie em mim mesmo quando estou nestas fases de fracassado sem causa. Mas não consigo deixar de apreciá-los também nos momentos de alegria. Fico me perguntando quem lê isto. Se alguém se identifica. Eu sempre esperei pelo comentário: "Eu te entendo". E apesar dele existir abstratamente em alguém, nunca foi concretizado. É o tipo de coisa que não precisa se realizar. Sei que dentro de cada um que já fez piada com meus textos residem sentimentos equivalentes ou mais profundos. Me sinto corajoso por não guardar tais coisas, como eles precisam fazer. Me sinto melhor por me realizar ao escrever isto, do que ao confessar a alguém e esperar que digam que se importam. Sabe o porquê? Porque a única pessoa que pode me ajudar é a mesma que escreve tudo isto. Nunca será o amigo que ouve. Ele não está na sua pele, ele não sabe o que você quer. Ele pode te ajudar, te consolar, abrir seus olhos, mas nada disso é realmente eficaz sem uma auto-reflexão. E as minhas melhores críticas estão por escrito, endereçadas a mim mesmo. São elas que me fazem olhar meu interior sob uma perspectiva exterior. Elas possibilitam que eu me ajude e encontre forças para superar qualquer obstáculo que exista. Por mais fútil que seja (e olha que é difícil escolher qual é o assunto mais fútil deste blog).
Eu só preciso das pequenas coisas. Eu nunca precisei de uma mulher, de uma paixão. Era, e é, apenas um objetivo pessoal. Algo para não me sentir sozinho.
Eu nunca estive ao meu lado. Sempre apreciei a solidão, até provar o doce sabor da companhia e do verdadeiro amor. Voltei para a solidão saudável, e agora vislumbro o melhor. Estou correndo ao meu próprio lado, sentindo-me capaz. Não me sentindo inferior a qualquer idiota que possa parecer alguma coisa relevante na vida de alguém que desejei infantilmente. Nunca passou de puro desejo infantil. Eu apenas o confundi com a frustração pessoal.
Hoje, ouvir um novo álbum de The Lowest Pair me faz melhor que olhar para fotos. Do que conversar sobre isso ou receber notícias. Tomar um café amargo ao som da voz de Kendl Winter e do banjo de Palmer T. Lee me faz mais confiante do que um simples jogo de conquista fútil e egoísta. O amor aconteceu na minha vida tão subitamente quanto foi embora. Mas ele irá voltar, eu não preciso ir atrás disso agora. Me sinto bem sem ele, pela primeira vez em muito tempo. E eu não trocaria esta sensação por nenhuma outra ilusão que sequer um dia alimentei.
Ser útil a um amigo. Fumar um cigarro, beber e rir. Tomar um café e comer pão com manteiga. Realizar seus objetivos. Conversar com seu pai. Ouvir boa música, mas não todos os dias.
Poucas coisas me trariam a paz há algumas semanas, se me perguntassem. Se não me perguntassem, eu me sentiria melhor de qualquer forma a esta altura do campeonato.
Mas há sempre alguém que pergunta. Há sempre alguém tentando me conquistar, provar meu valor e mostrá-lo pra mim mesmo. E nunca foram aquelas pessoas nas quais tirei minha própria paz. Elas nunca se interessaram por isto.
A única pessoa que se importava está longe. (Eu acho que) Está sozinha. Gostaria que fosse diferente. Mas simplesmente não foi. Não me faria bem mentir pra ela e fingir que tudo estava bem. Um anjo como aquele tem um futuro brilhante pela frente, com um homem realmente capaz e que valorizasse isto da forma que eu falhei em valorizar. Por mais que ela se recusasse a acreditar, eu não conseguiria ferir mais e mais aquele coração tão puro e bondoso. E assim, ferir o meu também. Nossa estrada foi longa, não tenho certeza se poderá ser de novo algum outro dia. Eu adoraria, mas as coisas não funcionam desta maneira simples. Posso me culpar a vida inteira por ter deixado este anjo ir embora, mas nunca mais iria me curar. Eu nunca fui o suficiente, ela merecia coisa melhor, e eu constantemente vibro para que ela tenha conseguido.
Sinto-me realmente em paz. Não me arrependo de nada. Os erros que cometi em 2014 abriram meus olhos. Se eu estivesse com uma das duas pessoas que quis estar junto naquele ano, hoje me encontraria totalmente arrependido. Basicamente, não daria certo de jeito nenhum. Máscaras caem rapidamente. Vi quem são, como se comportam, o que dizem, como agem...
Com, e sem o véu da ilusão. E tudo sem o véu da ilusão fica mais claro. São apenas pessoas normais na qual hoje não vejo uma ponta de interesse. Não me preocupo mais. É. Talvez eu me arrependa de ter dado tanta importância, de ter falado coisas bonitas. De escrever tudo aquilo. Mas estas palavras continuarão ali, publicadas. Para que eu nunca olhe para trás e me esqueça do que passei, e que posso fazer diferente desta vez. E se não desta vez, na próxima. A cada lamento, um aprendizado. É só por isto que este blog existe: me fazer enxergar o que não se deve repetir. Fica difícil acreditar quando se cai na mesma bobagem duas vezes ao ano, pela enésima vez na vida. Mas não me vejo em tal encruzilhada de novo, e para ser sincero, cansei disso. Posso escrever o que sinto quando quiser. Nunca me fez nenhum mal. Talvez eu precisasse escrever um livro. Sei de algumas boas pessoas que o leriam de boa fé.
Talvez sobre a ironia de odiar romances e ser romântico à minha maneira, ou sobre como os olhos daquela futura moça qualquer que não se importa comigo são lindos. Ou como o sorriso dela me deixa da mesma forma que já escrevi tantas vezes aqui. E, com certeza, que não irei cair na mesma bobagem de novo. Tudo bem, eu já lidei com o fato de não cumprir minhas próprias promessas! Talvez eu só saiba escrever sobre isto. Pois qualquer coisa que queira escrever vira bobagens do tipo.
Aprecio meus textos. Talvez uma das únicas coisas que eu aprecie em mim mesmo quando estou nestas fases de fracassado sem causa. Mas não consigo deixar de apreciá-los também nos momentos de alegria. Fico me perguntando quem lê isto. Se alguém se identifica. Eu sempre esperei pelo comentário: "Eu te entendo". E apesar dele existir abstratamente em alguém, nunca foi concretizado. É o tipo de coisa que não precisa se realizar. Sei que dentro de cada um que já fez piada com meus textos residem sentimentos equivalentes ou mais profundos. Me sinto corajoso por não guardar tais coisas, como eles precisam fazer. Me sinto melhor por me realizar ao escrever isto, do que ao confessar a alguém e esperar que digam que se importam. Sabe o porquê? Porque a única pessoa que pode me ajudar é a mesma que escreve tudo isto. Nunca será o amigo que ouve. Ele não está na sua pele, ele não sabe o que você quer. Ele pode te ajudar, te consolar, abrir seus olhos, mas nada disso é realmente eficaz sem uma auto-reflexão. E as minhas melhores críticas estão por escrito, endereçadas a mim mesmo. São elas que me fazem olhar meu interior sob uma perspectiva exterior. Elas possibilitam que eu me ajude e encontre forças para superar qualquer obstáculo que exista. Por mais fútil que seja (e olha que é difícil escolher qual é o assunto mais fútil deste blog).
Eu só preciso das pequenas coisas. Eu nunca precisei de uma mulher, de uma paixão. Era, e é, apenas um objetivo pessoal. Algo para não me sentir sozinho.
Eu nunca estive ao meu lado. Sempre apreciei a solidão, até provar o doce sabor da companhia e do verdadeiro amor. Voltei para a solidão saudável, e agora vislumbro o melhor. Estou correndo ao meu próprio lado, sentindo-me capaz. Não me sentindo inferior a qualquer idiota que possa parecer alguma coisa relevante na vida de alguém que desejei infantilmente. Nunca passou de puro desejo infantil. Eu apenas o confundi com a frustração pessoal.
Hoje, ouvir um novo álbum de The Lowest Pair me faz melhor que olhar para fotos. Do que conversar sobre isso ou receber notícias. Tomar um café amargo ao som da voz de Kendl Winter e do banjo de Palmer T. Lee me faz mais confiante do que um simples jogo de conquista fútil e egoísta. O amor aconteceu na minha vida tão subitamente quanto foi embora. Mas ele irá voltar, eu não preciso ir atrás disso agora. Me sinto bem sem ele, pela primeira vez em muito tempo. E eu não trocaria esta sensação por nenhuma outra ilusão que sequer um dia alimentei.
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